Relatório IRENA: energias renováveis são mais baratas que as fósseis
Estudo da Agência Internacional de Energias Renováveis indica números promissores quanto ao futuro da energia limpa. Brasil foi o país em desenvolvimento líder em adições de energia renovável em 2024
25/07/2025
|
12:50
compartilhar notícia
Ouça na íntegra:
Download
transcrição

Reportagem: Franciéli Barcellos de Moraes |COP30 Brasil

Locução: Bárbara Bezerra

Repórter: As fontes renováveis de energia continuam mais baratas do que os combustíveis fósseis. É o que revela o novo relatório da Agência Internacional de Energias Renováveis, a IRENA, com dados atualizados de 2024. O documento foi divulgado durante um evento da Organização das Nações Unidas, em Nova York.

De acordo com o estudo, 91% dos projetos de energia renovável comissionados no ano passado apresentaram custos mais baixos do que qualquer nova alternativa fóssil. Além de mais baratas, as renováveis ajudam a reduzir a dependência dos mercados internacionais de combustíveis e fortalecem a segurança energética dos países.

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 — que será realizada este ano em Belém — recebeu o relatório com entusiasmo. Para ele, os dados são um sinal de que a  sociedade pode reagir aos desafios impostos pelas mudanças climáticas.

André Corrêa do Lago: o combate à mudança do clima é, na verdade, uma imensa oportunidade econômica, mas uma imensa oportunidade para melhorar a vida das pessoas e para criar empregos. A mudança do clima é um grande desafio, mas a nossa reação é possível.

Repórter: O relatório aponta ainda que o Brasil foi o quarto país que mais adicionou capacidade de energia renovável em 2024, ficando atrás apenas da China, dos Estados Unidos e da União Europeia. Embora a energia hidrelétrica ainda seja predominante na matriz brasileira, as fontes solar e eólica vêm crescendo de forma acelerada.

No segmento da energia eólica terrestre — a chamada onshore — Brasil e China dividiram a liderança global em competitividade, com custo médio de 30 dólares por megawatt-hora. Já a energia solar fotovoltaica alcançou no Brasil o valor médio de 48 dólares por megawatt-hora, mostrando forte viabilidade frente às fontes fósseis.

Em escala global, a energia solar fotovoltaica custou, em média, 41% menos do que as opções fósseis mais baratas. Já a energia eólica onshore teve preços 53% mais baixos. Para expandir ainda mais o setor, o relatório da IRENA recomenda medidas como a adoção de contratos de compra de energia — os chamados PPAs —, marcos regulatórios seguros, estabilidade política e modelos de aquisição claros e confiáveis.