O Brasil registrou, em 2024, o maior número de transplantes da história do Sistema Único de Saúde (SUS), com mais de 30 mil procedimentos. O crescimento foi de 18% em relação a 2022, segundo balanço do Ministério da Saúde apresentado nessa quarta-feira (4), em Brasília.
Durante o anúncio, o governo federal apresentou novas medidas para modernizar o Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Uma das principais ações é a implementação da Prova Cruzada Virtual, que cruza dados imunológicos e pode reduzir o tempo entre a doação e a cirurgia, além de diminuir o risco de rejeição.
Outra mudança é a reorganização da distribuição de órgãos. A alocação vai ser feita prioritariamente entre estados da mesma região, o que deve agilizar os procedimentos. Se não tiver receptor na região, o órgão vai ser, então, disponibilizado para a lista nacional. A proposta vai ser incluída em um novo regulamento técnico, com consulta pública prevista até setembro.
O Ministério também lançou o Programa de Qualidade em Doação para Transplantes (ProDOT), que vai capacitar profissionais no acolhimento a familiares. A meta é reduzir a recusa de doação. Em 2024, 55% das famílias aceitaram doar os órgãos dos parentes falecidos.
O número de doadores efetivos passou de 4 mil. Cerca de 78 mil pessoas aguardam na fila por um órgão. Os mais demandados são rim, córnea e fígado.
O SUS também passou a oferecer transplantes de intestino delgado e multivisceral e anunciou o uso da membrana amniótica para tratar queimaduras, com previsão de uso também em doenças oculares.
De acordo com o ministério, mais de 85% dos transplantes no Brasil são feitos pelo SUS, que também fornece os medicamentos necessários para os pacientes transplantados.
Da Agência Rádio Gov, em Brasília, José Carlos Andrade