Reportagem: Mayara Souto / COP30
Locução: Inez Mustafa / COP30
Repórter: O governo brasileiro está organizando uma “Aldeia COP” para receber povos indígenas de todo o mundo durante a COP30. O espaço para acampamento será montado na Universidade Federal do Pará e deve comportar mais de 3 mil indígenas. A expectativa é que o contingente atinja participação histórica na Conferência da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), afirma Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.
Guajajara: Até aqui, nós tivemos um número máximo de 350 indígenas na COP da França, em Paris, em 2015, e também na COP de Dubai. E agora a gente quer superar esse número de 350 indígenas. Nós estamos pleiteando, junto à presidência da COP, o número de 500 indígenas do Brasil e 500 indígenas de todas as outras partes do mundo.
Repórter: A ministra brasileira ainda explicou que outros indígenas devem participar também da Zona Verde, que comporta os observadores da sociedade civil. Há expectativa, especialmente, de mais participação nas negociações climáticas, ressaltou Guajajara, que explicou que o pedido para incluir indígenas nas delegações será feito diretamente aos países que participam da COP30.
Guajajara: Estamos em uma forte articulação para aumentar essa representação indígena, não só na quantidade de pessoas, mas também na qualidade de participação. Que tenha uma existência direta, que tenha também possibilidade de dialogar direto com outros atores internacionais, seja dos países, seja da filantropia.
Repórter: Outros assuntos também foram tratados no encontro, como o uso de tecnologias digitais para ampliar a participação de populações indígenas nos assuntos tratados na COP30, e o funcionamento de espaço dedicado aos povos indígenas na Zona Verde, que está sendo pensado pela Caucus Indígena, que é a representação indígena oficial na Conferência da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC).