Pessoas devem ser protagonistas dos debates sobre ação climática
A 5ª Carta da Presidência da COP30 reforça que a ação climática deve começar e terminar com as pessoas, colocando os mais vulneráveis como protagonistas e unindo justiça climática a direitos humanos.
11/08/2025
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18:29
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Reportagem: Bárbara Camelo , Inez Mustafa e Leandro Molina

Repórter
: Indígenas, Comunidades tradicionais, afrodescendentes, crianças, mulheres e idosos devem ocupar o centro da tomada de decisão global. É o que diz a quinta Carta da Presidência da COP30, divulgada pelo embaixador e presidente da COP30, André Corrêa do Lago, à comunidade internacional. A realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima numa das cidades da floresta Amazônica é uma forma de garantir protagonismo às populações mais pobres, consideradas líderes genuínas. São elas as que mais sofrem os impactos da mudança do clima, mas são também as que transformam injustiça em energia para superação, afirma a CEO da COP30, Ana Toni, que apresentou a carta.

Ana Toni: A gente reconhece que as populações vulneráveis são as que estão mais expostas às consequências da mudança do clima, sabendo que a mudança do clima é um grande e o maior acelerador de pobreza e desigualdade e afeta de maneira desproporcional àqueles que menos  contribuíram a mudança do clima e que essas mesmas pessoas que são vulneráveis, são também os protagonistas das ações climáticas.

Repórter: O texto convida a comunidade internacional a colocar as pessoas no centro das discussões. E para isso, sugere uma atuação em quatro frentes: mobilização global, negociações formais da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Agenda de Ação e Cúpula de Líderes.

Ana Toni: A gente tentou mostrar aqui que o tema das pessoas é um pilar transversal, em todos os pilares da COP30, na mobilização, na negociação, na Agenda de Ação de diversas maneiras, assim como é, apesar de ainda estarmos desenhando, na Cúpula de Líderes. Esse é um tema que todos nós sabemos é prioritário para o presidente Lula.

Repórter: De acordo com a carta, esse é um momento de tratar a ação climática como um ato humano e não como uma questão tecnológica. Medidas de enfrentamento aos impactos da mudança do clima envolvem também o combate à fome e à desigualdade social e a promoção ao desenvolvimento sustentável.

Ana Toni: E na perspectiva da presidência da COP30 é olhar, como a gente coloca na carta, que a ação climática é essencialmente uma ação humana. E uma ação humana com todas as suas intempéries, em termos de ser uma ação humana no direito dos humanos em se proteger, direito dos humanos, direitos humanos mesmo. 

Repórter: A Presidência da COP30  também chama atenção para a necessidade de se abandonar um modelo de desenvolvimento que prometeu prosperidade no passado, mas que já não oferece esperança para o futuro.

Ana Toni: Na última parte da carta, a gente faz esse convite, aprendendo com os povos tradicionais nesse rito de passagem de um modelo de desenvolvimento aonde não foi prometido uma prosperidade, trouxe prosperidade para algumas pessoas por muitos anos; mas que a gente sabe que é um modelo de desenvolvimento que pode trazer muito, muito sofrimento para a maioria das pessoas e  principalmente para as pessoas mais vulneráveis.

Repórter: O texto da quinta carta da Presidência da COP30 termina com a defesa de uma ação climática voltada às pessoas e não restrita às instituições. Leia a carta completa no site cop30.br.