Reportagem: Maiva D’Auria / COP30
Locução: Bárbara Bezerra / COP30
Repórter: E se cada um de nós parasse por um momento para plantar e cuidar de uma árvore? Foi isso que fizeram a Campeã da Juventude da COP30, Marcele Oliveira, junto com jovens ativistas, agricultores, cientistas, brigadistas e voluntários. Eles se reuniram na Serra do Vulcão, um dos tesouros da Mata Atlântica, no Rio de Janeiro, para plantar 60 mudas nativas.
Repórter: O evento foi promovido pela ONG Educação Ambiental e Ecoturismo e pela startup Visão Coop. O nome mutirão do reflorestamento se conecta ao conceito de Mutirão Global pelo Clima, criado pela presidência da COP30. A ideia é reunir esforços coletivos e reconhecer o papel das comunidades locais na busca de soluções para os desafios climáticos.
Repórter: Para a Jovem Campeã Marcele, comunicadora e ativista climática, mutirão é mais do que plantar árvores.
Marcele Oliveira: Quando a gente fala em Mutirão Global pelo Clima, estamos falando de reconhecer as práticas territoriais que protegem a natureza e promovem a regeneração . É muito diferente das negociações internacionais, que às vezes estão distantes da realidade das pessoas.
Repórter: Ela reforçou ainda a importância de dar visibilidade a iniciativas locais:
Marcele Oliveira: Projetos como esse existem em vários lugares do mundo, e muitas vezes as autoridades não veem, não financiam, não apoiam. .. imagina se mais olhares se voltassem para cá?
Repórter: Durante a ação, foram plantadas mudas como aroeira, paineira, ipê-amarelo e mulungu. No caminho da trilha pela serra, os participantes passaram por áreas queimadas conhecendo de perto os impactos da destruição. Foi uma programação que uniu plantio comunitário, ciência cidadã e cultura.
Repórter: Para Denner Noia, mobilizador de projetos da Visão Coop e morador do Complexo do Alemão, iniciativas como essas fazem ainda mais sentido quando partem do olhar do próprio território.
Denner Noia: Quando pensamos em política pública, normalmente a lógica vem de cima para baixo, e isso não tem dado muito resultado. Então, a gente pretende enfrentar um caminho novo: o de inverter essa lógica. Do território levar a demanda para o poder público para a gente trazer políticas públicas que façam sentido.
Repórter: Luan Cazati, 21 anos, estudante de Relações Internacionais, integrante da ONG Conjuclima e ativista climático desde os 16 anos, vê a iniciativa como um esforço para enfrentar os impactos do clima.
Luan Cazati: Quando a gente se reúne numa serra, como a Serra do Vulcão, para plantar árvores, estamos plantando esperança. Fazemos parte de uma geração que tenta adiar o fim do mundo com pequenos esforços no território.
Repórter: Na Serra do Vulcão, cada muda plantada é também uma semente de futuro. O mutirão do reflorestamento mostra que, com união e pequenos gestos, é possível enfrentar o grande desafio da crise climática.