O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou, em 2024, mais de 2 mil trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão em todo o país. As fiscalizações, realizadas pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel e pelas unidades regionais do ministério, somaram 1.035 ações fiscais e garantiram o pagamento de mais de 7 milhões de reais em direitos trabalhistas para os trabalhadores resgatados.
De acordo com a Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE), os setores com mais resgates foram a construção civil, o cultivo de café e a produção de cebola. Os três setores, juntos, somaram 701 resgates. Além disso, os dados apontam aumento expressivo de resgates em áreas urbanas, representando 30% do total. No trabalho doméstico, 19 trabalhadores foram retirados de condições degradantes em 22 operações realizadas.
Os estados com mais trabalhadores resgatados foram Minas Gerais, com 500 resgatados, São Paulo, com 467, e Bahia, com 198.
Em 2025, o Brasil celebra os 30 anos da Política Pública de Erradicação do Trabalho Escravo. Desde 1995, as inspeções feitas pelo MTE resgataram mais de 65 mil trabalhadores, e mais de R$ 155 milhões de reais foram pagos em direitos trabalhistas e indenizações.
O Brasil é reconhecido internacionalmente no combate ao trabalho escravo, mas o MTE reforça que a erradicação definitiva dessa prática depende de uma atuação abrangente do Estado, em constante articulação com a sociedade civil.
Com supervisão de Ana Gabriella Sales, da Agência Rádio Gov, em Brasília, Estefania Lima.