MTE resgata dois mil trabalhadores em condições análogas à escravidão em 2024
Balanço também revela que o Grupo Especial de Fiscalização Móvel e as unidades regionais do Ministério do Trabalho e Emprego fizeram 1.035 ações fiscais no ano passado e garantiram o pagamento de R$ 7 milhões em direitos trabalhistas para os resgatados.
28/01/2025
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O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou, em 2024, mais de 2 mil trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão em todo o país. As fiscalizações, realizadas pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel e pelas unidades regionais do ministério, somaram 1.035 ações fiscais e garantiram o pagamento de mais de 7 milhões de reais em direitos trabalhistas para os trabalhadores resgatados.

De acordo com a Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE), os setores com mais resgates foram a construção civil, o cultivo de café e a produção de cebola. Os três setores, juntos, somaram 701 resgates. Além disso, os dados apontam aumento expressivo de resgates em áreas urbanas, representando 30% do total. No trabalho doméstico, 19 trabalhadores foram retirados de condições degradantes em 22 operações realizadas.

Os estados com mais trabalhadores resgatados foram Minas Gerais, com 500 resgatados, São Paulo, com 467, e Bahia, com 198.

Em 2025, o Brasil celebra os 30 anos da Política Pública de Erradicação do Trabalho Escravo. Desde 1995, as inspeções feitas pelo MTE resgataram mais de 65 mil trabalhadores, e mais de R$ 155 milhões de reais foram pagos em direitos trabalhistas e indenizações.

O Brasil é reconhecido internacionalmente no combate ao trabalho escravo, mas o MTE reforça que a erradicação definitiva dessa prática depende de uma atuação abrangente do Estado, em constante articulação com a sociedade civil.

Com supervisão de Ana Gabriella Sales, da Agência Rádio Gov, em Brasília, Estefania Lima.